José Teo Andrés
Muchos los demandantes…
O presente, apesar de vivermos nele, é muito mais difícil de compreender do que o passado, apesar de nunca se poder saber com total exatidão o que nele aconteceu. O problema é que, ao habitar um mundo tão complexo, nunca podemos ter a certeza do que pode estar a acontecer neste preciso momento e, além disso, mesmo que soubéssemos, muito provavelmente não teríamos as ferramentas intelectuais necessárias para o fazer. Esta reflexão é muito pertinente para tentar compreender o que está a acontecer neste momento no âmbito das políticas energéticas que estão a ser implementadas no nosso país. Parece que continuamos a viver num passado imediato bem conhecido e falta, na minha opinião, compreensão do que está a acontecer neste momento aqui e no resto do mundo.
Trump suspendeu os contratos com as empresas de energia eólica marinha, promovidas principalmente durante o mandato do seu antecessor Joe Biden, e declarou guerra aos parques eólicos terrestres, que, aliás, já não eram especialmente populares entre a cidadanía, usando até mesmo razões de segurança nacional. A verdadeira razão é que os Estados Unidos , como muitos outros países do mundo, parecem ter perdido o entusiasmo que antes tinham pela promoção das energias renováveis, talvez ao constatar que os principais emissores mundiais de CO2, a China e, em menor medida, a Índia, não só não fazem nada para reduzir as suas emissões, como as aumentam. Além disso, a China utiliza energia produzida por centrais térmicas a carvão para produzir os insumos necessários ao funcionamento das centrais de energias renováveis, ou para produzir os automóveis elétricos que se presume serem necessários para a descarbonização . É um mau negócio se, para descarbonizar a produção, for necessário primeiro carbonizar a atmosfera e, ademáis, obrigar a fornecer energia aos setores produtivos europeus de forma que esta seja muito mais cara. Isto é porque, sendo as energias renováveis, exceto a hidroelétrica que já tínhamos, intermitentes e, portanto, necessitando de centrais de energia duplicadas para apoiar a produção, co conseguinte incremento de custos. O presidente americano parece ter percebido que depender da indústria chinesa para estas tarefas, ou eletrificar contando com grandes reservas de gás e petróleo proprias, não parece ser a melhor idea para melhorar a decrépita competitividade da sua indústria, e parece ter actuado em conformidade, sabendo ler corretamente as dinâmicas mundiais no domínio da energia. E estas não parecem estar especialmente orientadas, neste momento, para as energias renováveis.
Em contrapartida, leo as declarações de políticos espanhóis com responsabilidades governamentais, no sentido de que pretendem prosseguir com as suas apostas energéticas centradas na energia eólica e também na solar, sem que pareçam ter percebido as novas dinâmicas, não só a nível mundial, mas também dentro do próprio espaço da União Europea. Talvez o façam por pura inércia, por não saberem compreender em tempo real as dinámicas mundiais, talvez por defenderem os projetos já iniciados e nos quais já foram investidas grandes quantias de dinheiro, custos irrecuperáveis, diriam os economistas. Em qualquer caso, parecem não compreender o que está a acontecer no mundo, com o agravante de que outros parecem estar a compreender, o que pode condenar o nosso espaço económico a perder o ritmo da economia mundial, condenando-nos ainda mais ao estancamento e a irrelevância.
FELIZ ANO NOVO
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