Fernando Ramos
La manipulación política de la denuncia contra Suárez
A invasão russa da Ucrânia não é apenas mais um acontecimento na longa guerra entre a Ucrânia e a Rússia; tem implicações muito maiores do que a pequena escaramuça que, de momento, faz parecer. A Ucrânia empregou várias das suas melhores brigadas no ataque e conseguiu demonstrar que, fora das linhas da frente, as fronteiras da Rússia não parecem ter muita consistência. Prigozhin, na sua revolta contra Moscovo no ano passado, já tinha demonstrado que o interior da Rússia não tem reservas de tropas nem linhas de defesa bem estabelecidas. Avançou centenas de quilómetros com as suas tropas em poucos dias e, se não tivesse sido enganado por Putin e Lukashenko, poderia ter colocado a liderança do Kremlin em sérios problemas.
Mas não é o facto militar da invasão em si, que provavelmente poderá ser travada em pouco tempo, mas sim o facto de terem ousado fazê-lo, e até agora com bastante éxito, o que poderá causar problemas a Putin. e pode prejudicar seriamente a súa imagem política , tanto a nível externo como interno. A nível internacional, o efeito é devastador. Putin era até agora mal-querido, mas pelo menos temido, agora já não é. Um país que se afirma como um dos líderes do grupo BRICS nem sequer é capaz de manter o domínio sobre o seu próprio território, sendo desafiado por uma potência de nível consideravelmente inferior, por muito bem armada que esteja agora, a qual não foi capaz de subjugar militarmente em três anos, apesar de nos primeiros meses do conflito não dispor de armas ofensivas modernas nem de um exército totalmente operacional. Nas reuniões internacionais de Putin com os seus parceiros, ele terá muito menos influência e sentirá que os seus companheiros na ordem multipolar o tratarão com muita menos consideração e que as suas propostas receberão pouca atenção. Quanto aos poucos satélites que restam a Putin, especialmente na antiga esfera soviética, em África ou na América Latina, começarão em breve a procurar outros protectores, especialmente na China, uma vez que, em caso de problemas, de pouca ajuda poderão ser os russos. No Sahel, sem ir mais longe, as tropas russas para lá enviadas, restos da Wagner, estão a produzir poucos resultados e é muito provável que sejam retiradas, contribuindo ainda mais para a falta de credibilidade do líder russo, e tampouco creo que Maduro possa esperar muito dele neste momento. Putin está a passar do dar ao pedir, de uma relação de igual para a de vassalo, como se pode facilmente observar analisando os gestos nos seus encontros com o líder chinês Xi Jinping.
A nível interno, as coisas são menos claras, dada a capacidade comprovada de sobrevivência de Putin, mas é pouco provável que isso o ajude a reforçar o seu controlo sobre a política russa. Por um lado, os territórios estão a ser conquistados pelos ucrainianos sem grande oposição popular, pelo menos não noticiada, e as imagens de propaganda da tropa invasora a distribuir comida à população da Federação Russa não parecem contribuir muito para o seu estado de ánimo. Não parece que o povo russo esteja disposto a defender ou dar a vida pelo seu líder ou o seu régimem - é a isto que conduzem as autocracias.
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